ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-11-2001.

 


Aos treze dias do mês de novembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada homenagear o transcurso do Dia da Brigada Militar, nos termos do Requerimento nº 089/01 (Processo nº 1396/01), de autoria do Vereador Pedro Américo Leal. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor João Verle, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Coronel Luiz Antônio Brener Guimarães, Chefe do Estado Maior da Brigada Militar e representante do Comando-Geral da Brigada Militar; o Coronel Marco Aurélio Milost, representante do Comando Militar do Sul; a Vereadora Helena Bonumá, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional, executado pela Banda da Brigada Militar, sob a regência do maestro Major Lima e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Pedro Américo Leal, em nome das Bancadas do PPB, PSDB, PHS e PPS, reportou-se ao transcurso do dia dezoito de novembro, Dia da Brigada Militar, discorrendo sobre os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem e destacando as características de austeridade e integridade que marcaram a trajetória dessa instituição ao longo do tempo. O Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB, ressaltou a justeza da realização dessa solenidade, chamando a atenção para os valiosos serviços prestados pela Brigada Militar em prol da segurança pública no Estado do Rio Grande do Sul e tecendo considerações sobre a importância da manutenção dos alicerces institucionais dessa corporação. O Vereador Luiz Braz, em nome das Bancadas do PFL e PMDB, saudou o transcurso dos cento e sessenta e quatro anos de existência da Brigada Militar, salientando a importância de uma reflexão profunda sobre as atuais diretrizes políticas e sociais dessa instituição, citando episódios divulgados pela imprensa envolvendo a referida entidade. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, felicitou o Vereador Pedro Américo Leal pela iniciativa de propor a presente homenagem, discursando acerca das manifestações de confiança e respeito demonstrados pela população à Brigada Militar e referiu-se às atividades profiláticas desenvolvidas pela instituição junto à comunidade porto-alegrense. O Vereador Almerindo Filho, em nome da Bancada do PSL, pronunciou-se sobre a passagem do centésimo sexagésimo quarto aniversário de fundação da Brigada Militar, lembrando a responsabilidade assumida por essa corporação no que diz respeito à manutenção da ordem social e aludiu à necessidade de preservação dos valores hierárquicos da referida entidade. A Vereadora Helena Bonumá, em nome das Bancadas do PT e PC do B, enalteceu a participação da Brigada Militar no processo de construção do Rio Grande do Sul, afirmando que essa instituição enfrenta com dedicação e coragem os diferentes desafios do mundo atual. Ainda, frisou a postura exemplar dessa entidade no sentido de garantir os direitos fundamentais do cidadão. A seguir, o Vereador Fernando Záchia convidou o Vereador Carlos Alberto Garcia a assumir a presidência dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Valdir Caetano, em nome da Bancada do PL, louvou a passagem dos cento e sessenta e quatro anos de existência da Brigada Militar, elogiando a atuação digna dos homens e mulheres que integram o quadro funcional dessa instituição e sublinhando os relevantes serviços desempenhados pela corporação junto à população gaúcha. O Vereador Ervino Besson, em nome da Bancada do PDT, externou sua satisfação em participar da presente solenidade, enfocando as características de tenacidade e coragem demonstrados pelos servidores da Brigada Militar no cumprimento de suas atribuições. Também, discursou sobre as ações implementadas pela entidade no intuito de promover o bem-estar social. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Coronel Luiz Antônio Brener Guimarães, que destacou a importância da homenagem prestada por este Legislativo ao Dia da Brigada Militar. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense, executado pela Banda da Brigada Militar, sob a regência do maestro Major Lima e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e trinta e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia e Carlos Alberto Garcia e secretariados pela Vereadora Helena Bonumá. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia da Brigada Militar.

Convidamos para compor a Mesa o Ex.mo Sr. Representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Coronel Luiz Antônio Brener Guimarães, Chefe do Estado-Maior; o Ex.mo Sr. Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, Dr. João Verle e o Sr. Representante do Comando Militar do Sul, Cel. Marco Aurélio Milost.

Srs. Vereadores, Ver. Pedro Américo Leal, proponente desta homenagem, senhores representantes das classes de entidades da Cidade de Porto Alegre, convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(A Banda da Brigada Militar executa o Hino Nacional, regida pelo maestro Major Lima.)

 

Queremos cumprimentar o Ver. Pedro Américo Leal, autor desta justa homenagem que a Câmara Municipal de Porto Alegre faz na comemoração do Dia da Brigada Militar, para que nós possamos registrar, em nome da Cidade de Porto Alegre, tudo aquilo que representa a Brigada Militar no contexto social desta Cidade, pela sua história, pelo seu passado, pelo seu presente e, certamente, no objetivo claro de termos o futuro. Que esta Cidade possa, no equilíbrio social necessário, ter sempre a participação da Brigada Militar, para que nós possamos, cada vez mais, ter uma cidade com menos violência, com mais construção, com mais participação de todos.

Para que possamos registrar esta homenagem, o Ver. Pedro Américo Leal falará pelas Bancadas do PPB, PSDB, PHS e PPS.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, meu colega Ver. Fernando Záchia. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando olhamos para as galerias, notamos que elas estão vazias de soldados da Brigada Militar. Eles estão em serviço; não podem ser computados como presentes numa reunião festiva, em uma homenagem como esta. Estes homens estão de serviço, estão na Cidade, em postos de vigilância. É preciso explicar isso, antes de começarmos a Sessão.

Hoje é o Dia da Brigada Militar, de uma resolução que partiu da nossa iniciativa, a polícia também vai ter o seu dia. Criamos, distintamente, os dois patronos, sob a auréola superior de Tiradentes, as polícias do Brasil.

Em Resolução de número 1462, do dia 15 de maio de 2000, o então Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, para que todos entendam, o Ver. João Motta, do PT, estabeleceu, a nosso pedido, que as comemorações do Dia Brigada Militar fossem efetuadas na terça ou na quinta-feira imediatamente anteriores ao dia 18 de novembro de cada ano. E por que o dia 18 de novembro? Por ter sido criado, lá por 1837, o Corpo Policial da Província de São Pedro, em Lei de número 07.

Vejam só a idade que tem a Brigada Militar: 07! Cabalístico o número. Em Decreto de 20 de outubro de 1953, foi escolhido, então, o patrono, o ilustre Coronel Afonso Emílio Massot, que eu não conheci, o que causa muito espanto dentro da Brigada.

Na época, para referenciar em tempo, era eu o primeiro Tenente-Instrutor da Escola Preparatória de Cadetes de Porto Alegre. Pertencia ao meu pelotão, como aluno cadete, o último Comandante Militar do Sul, o Cadete Francisco Pinto dos Santos, o Cadete Chico, futuro General de Exército.

Observem que o patrono da força, para a informação aos incautos, perfaz em tempo a trajetória militar de um general de quatro estrelas, com quarenta e oito anos. E abrange menos de um terço da história de vida da Brigada Militar. Curioso! Um terço! Sua lenda confunde-se com a história do Rio Grande, advertência que faço a qualquer modificação apressada que vise a abalar as estruturas dessa organização.

Para tocar, mexer inadvertidamente nas edificações, nas colunas sustentatórias, hierárquicas e disciplinares da velha caserna, é preciso cuidado, muito cuidado. O soldado é austero, reservado, é conservador, não é rico, ,jamais será rico; mas é conservador, é austero e é reservado. Há muita tradição em volta de tudo isso.

O nome da Brigada Militar - assisti à luta que teve o meu velho amigo Cel. Perachi Barcelos, com quem compus o Governo do Rio Grande, lá por 1967. Estava ao seu lado no Rio de Janeiro, quando pleiteou que permanecesse esse nome, vibrando. E foi com o silencioso e austero Presidente Castelo Branco que obteve. Castelo Branco concordou com ele pelo seu prestigio, era Ministro de Castelo. Conquistou com isso o policiamento ostensivo, através do Decreto nº 667, passando a ter como principal missão o controle e a segurança da sociedade.

Trouxe, com essa iniciativa, uma finalidade à missão, à tropa, antes permanentemente aquartelada. Por culpa dela? Não. Assisti grande parte de suas conquistas e evoluções, nesses mais de cinqüenta anos, formando seus homens, já que não havia mulheres – lá estão duas –, no seu contingente. Vejo, hoje, com surpresa, mulheres no contingente do Exército, da Brigada, da Aeronáutica e da Marinha – não peguei esses tempos. Lembro-me desse passado que vivi ao lado da Brigada e posso citar-lhes medidas decisivas que tomei, influindo com muita honra nos destinos dessa Organização. Ao lado de Perachi, e, depois do seu falecimento, como Deputado Estadual que fui por dezesseis anos. Venho embrulhado nesse passado, cujo presente é uma intensa luta pela sobrevivência da Brigada, organização hoje administrada, em sua cúpula da segurança, a meu ver, por amadores.

Modificações surgem sem fundamentações e abalam perigosamente a hierarquia, a disciplina, a fé, o espírito brigadiano, as vivências da caserna aplicadas a todos os exércitos do mundo, sem distinção de nenhum. Como se pode experimentar sem ter experiência? Tenho aconselhado, orientado, instruído as autoridades, tenho sido leal nesta tribuna, em televisões, rádios e jornais, em críticas construtivas, advertindo incessantemente: Não toquem na Brigada Militar. Todos os Vereadores, aqui, estão cansados de ouvir essa frase. E por que digo essa frase? Para se louvarem na vivência de cinqüenta anos de prática. A antigüidade é posto em todos os exércitos do mundo.

Não permaneço indiferente aos acontecimentos, esperando que o circo pegue fogo. Não, não faço isso. Fui instrutor de oficiais e de cadetes. Passaram pela minha cabeça quase todas as polícias do Brasil, de todos os Estados e quase todos os oficiais da Brigada Militar, comandantes, como Clóvis Antônio Soares, Itaboraí, Pedro Barcellos, Renan, Célio, Abreu, Borges, Diógenes, Heitor, Ribas e tantos outros, que vocês devem ter conhecido de nome. Foram meus alunos e meus amigos. Por isso brado: Não toquem na Brigada Militar. Antes de executar, experimentem. Assim devemos proceder. Quando não conhecemos a temperatura de um objeto que vamos pegar com as mãos, como procedemos? Com tato, com cuidado.

O que é a pessoa inteligente? O que é a inteligência? Sou psicólogo. Inteligente é aquele que aprende com a experiência alheia. É muito simples. Eu abaixo a cabeça antes de bater no portal, porque vi, porque percebi, porque sou inteligente. Observando os enganos, os erros dos outros, não devemos repeti-los. Aquilo que colocamos como personagem e vítima das ações que vamos praticar deve-nos nortear com cautela. Devemos experimentar, antes de qualquer empreitada, o que vamos fazer!

E, para terminar, lembro de alguma coisa que me relatou um instrutor que tive em um curso de Psicologia Militar no Rio de Janeiro. O professor e coronel dizia: “Leal, anda mais ligeiro pela selva, pela floresta, um coxo do que pela estrada o pentatleta.” Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra e falará em nome da Bancada do PTB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Esta é uma solenidade já incorporada institucionalmente às práticas da Câmara Municipal de Porto Alegre. Anualmente, vem a Brigada Militar à Casa do Povo para participar, ouvir. Estamos vivendo não sei se um momento de discursos, parece-me, sim, um momento de grande reflexão. Dizer-se que a Brigada Militar, esta verdadeira sentinela farroupilha que povoa indormidamente o Estado, no seu papel constitucional... Isso constitui, ao longo do tempo, ao longo da história, a sua bela missão de velar pela segurança interna do nosso Estado, de resto, da nossa Cidade. Então, o seu papel, que vem sendo elaborado ao curso do tempo, poderia se traduzir nesta síntese feita pelo Ver. Pedro Américo Leal, quando ele diz: “Não toquem na Brigada Militar.” É exatamente por isso. O que é a Brigada Militar? A Brigada Militar é o próprio Estado, é o Estado em segurança pública. E dizer-se que a segurança pública é uma das grandes - se não uma das maiores - utilidades que se oferece ao povo é referir o óbvio. Então, a Brigada Militar tem o seu papel vocacionado institucionalmente e vocacionado pelo know-how que ela foi produzindo ao longo da história, transformando-se em algo permanente. A instituição é permanente, por isso não se lhe pode tocar. Não significa dizer que não se possam adotar determinadas estratégias no campo do próprio poder. Agora, o que não se pode é atentar-se contra a sua essência. E a Brigada Militar tem a sua essencialidade. É uma instituição que tem que continuar militar, Ver. Pedro Américo Leal, tem que ter conteúdo, tem que continuar militar, sim, porque ela tem um papel de segurança interna. Então, este momento em que nós vivemos é um momento de reflexão. Talvez não tivéssemos vivido, ainda, semelhantes circunstâncias para que tão instigados fôssemos a refletir sobre este momento em que homenageamos a Brigada Militar e o seu dia. Os governos são passageiros, a Brigada é permanente, a Instituição é permanente. Então, quando se elaboram políticas do campo da estratégia militar, enfim, de segurança, é preciso que não se lhe toque na sua essência, porque, em se tocando na sua essência, começa-se a dilapidar os seus alicerces, e por aí se vai aquilo que a população tem de tão precioso, que é a Brigada Militar, fazendo a segurança ostensiva em nosso Estado.

Evidentemente que o nosso tempo é muito curto para que possamos fazer uma reflexão sobre uma temática tão fecunda, tão fértil e tão importante, que é exatamente este papel. Hoje, com todo um conflito aí que nós não podemos esconder, evidentemente, nós temos que fazer a reflexão, nós estamos vivendo aí um desajuste que precisa urgentemente ser consertado, sob pena de estarmos diante de situações insustentáveis, porque muitos órgãos, muitas instituições, muitas vezes se desestabilizam – às vezes, de acordo com sua natureza, é possível -, agora, a Segurança Pública, não. A Brigada Militar não pode, evidentemente, jamais entrar num processo de crise, sob pena de ir correnteza abaixo o que se tem de mais precioso, que é a segurança da nossa população. A Brigada existe para dar segurança a nossa população. Então, este objetivo não se lhe pode arrancar: o de dar segurança, efetivamente, a nossa população.

Então, recebam os brigadianos, aqui, os representantes da Brigada Militar, a nossa saudação, o agradecimento da Cidade. A Cidade quer que hoje, por intermédio dos seus representantes, seja feito este agradecimento à Brigada Militar, pelo seu papel, pelo serviço permanente, diuturno, que ela faz para a nossa população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, e falará em nome do PFL e do PMDB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Senhoras e Senhores, é claro que não poderíamos deixar de fazer esta análise que está sendo feita nesses cento e sessenta e quatro anos de história da Brigada Militar. Eu ouvi aqui o meu querido amigo Ver. Pedro Américo Leal, que tem um conhecimento, uma vivência da vida militar que faz com que ele venha a esta tribuna com muito mais legitimidade, colocando idéias a respeito do que acontece na vida da Brigada Militar. Eu ouvi, posteriormente, o meu amigo Ver. Elói Guimarães, que, com seus conhecimentos jurídicos, aqui veio relatar a respeito do que acontece na Brigada Militar. Mas, anteriormente, eu também já tinha visto e ouvido as notícias a respeito da própria reflexão que a Brigada Militar fazia em relação àquilo que acontecia no momento atual. Quando o Comandante Gérson assumiu a Brigada, lembro-me muito bem que houve uma reunião, se não me engano em Novo Hamburgo, de estudos e uma reflexão por parte da Brigada Militar. Eu acho que isso se faz necessário. Falo muito mais como cidadão, como observador, como pessoa que está vendo todos os dias aquilo que acontece em nossa sociedade. Eu notei que houve uma modificação no pensamento da sociedade com relação ao desempenho, ao papel da Brigada Militar. Lembro que, em um passado não muito distante, a chegada de um soldado brigadiano em uma determinada região era símbolo de garantia, de segurança para as pessoas. “Olha, vem chegando um brigadiano!” E esta chegada do brigadiano realmente representava uma tranqüilidade para as pessoas. Depois começou a haver alguns episódios, fazendo com que o cidadão – eu falo em nome deste cidadão – já não tivesse mais aquela mesma imagem do brigadiano, mas não da Corporação da Brigada Militar, porque esta é intocável. Afinal de contas, são cento e sessenta e quatro de história, pode haver altos e baixos, mas a Organização permanece intacta.

Eu ouvi, por exemplo, um Comandante da Brigada Militar - eu era Presidente da Casa naquela época – assumindo e dizendo que ele era de um partido político, e defendia mais aquela necessidade de ele mostrar para o partido político que ele estava assumindo o comando da Brigada Militar em nome desse partido. Realmente, naquele momento, eu senti que alguma coisa estava mudando, e mudou tanto que a própria Brigada Militar acabou sentindo, e isso se refletiu no seio de toda Brigada e acabou fazendo com que aquele brigadiano, muito embora toda a qualidade que ele tivesse - e eu sou amigo desse Coronel -, com todas as qualidades que ele possuía e possui, ele acabou não conseguindo ficar à frente do comando. Depois vieram outros atos. Veio o problema do relógio comemorativo aos quinhentos anos do descobrimento do brasil, e, para quem não se lembra, de repente, havia alguns brigadianos novamente envolvidos no problema do relógio, e novamente essas notícias todas começaram a trazer mais intranqüilidade para a sociedade, porque, afinal de contas, o que procuramos no seio da Brigada Militar - ou quando ouvimos a palavra “brigadiano” ou “Brigada Militar” – é, realmente, a sensação de que existe segurança, possibilidade de segurança. É isso que nós queremos. Para a sociedade em si, tanto faz que haja uma polícia só ou duas polícias. O que nós queremos é tranqüilidade e segurança.

Mas a Brigada Militar tem uma história muito bonita, a história da Brigada Militar não pode, na verdade, ser manchada por um ou outro ato, ou por uma pessoa ou outra que, de repente, faça com que não haja aquela a continuidade da vida do brigadiano e da Brigada Militar.

É por isso que a Brigada que estamos homenageando é esta Brigada que oferece segurança para a nossa população, que faz com que a nossa população realmente se orgulhe desses policiais fardados que percorrem as ruas de nossa Cidade e que, realmente, são motivo de orgulho não apenas para a nossa sociedade aqui, mas para o Brasil inteiro. A Brigada Militar, por exemplo, do soldado Valdeci, que sempre homenageamos aqui, através dos discursos que aqui são pronunciados neste Plenário. A Brigada Militar de homens tão ilustres como tantos que já passaram pela Brigada e que são sempre reverenciados aqui, todos os anos, nas Sessões que nós fazemos aqui na nossa Câmara Municipal. Aliás, vou lamentar, Ver. Pedro Américo Leal, que, de todas as Sessões que já realizamos aqui para homenagear a Brigada Militar, esta é a que tem um número menor de brigadianos presentes aqui em nossa Casa. Mas estes que estão aqui estão, realmente, enchem de orgulho este Legislativo, porque, com certeza absoluta, esta Casa gosta da Brigada Militar e quer vê-la sempre no auge, porque o auge da Brigada será, com certeza absoluta, a tranqüilidade de nossa sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra e falará em nome de seu Partido, PSB.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Vereador proponente desta Sessão, Vereador, Coronel, Psicólogo, Professor Pedro Américo Leal, Srs. Oficiais Superiores, Oficiais e Praças da Brigada Militar, Srs. Presidentes e Representantes de Entidade de Classe, demais autoridades presentes, Sr.ªs da Imprensa, Senhoras e Senhores. Quero, neste momento, primeiro, parabenizar o Cel. Pedro Américo Leal por esta iniciativa que determinou que esta Casa - já faz alguns anos, de maneira unânime, não é Coronel? - todos os anos fizesse a sua homenagem à Brigada Militar. E, todos os anos, fazemos questão de vir aqui saudar aquela Entidade que, sem sombra de dúvida, tem a maior confiança e respeito da população de Porto Alegre.

A população de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, confia na Brigada Militar, e confia porque a Brigada Militar é baseada em dois aspectos que julgamos importantes para a organização e para a formação de cada pessoa: ela é baseada nos princípios da hierarquia e disciplina. E qualquer entidade que é baseada nesses princípios, ela tem o fortalecimento, sabendo que tem uma espinha dorsal, que tem comando, que tem diretriz, que tem situações que tem de obedecer.

Esta Corporação, que os Vereadores já falaram, de cento e sessenta e quatro anos, não é uma corporação que nasceu ontem, é uma Corporação que está quase fazendo dois séculos, mas ainda está em processo de discussão, de aprimoramento. É uma entidade que se preocupa basicamente com a questão de orientar a população. Mas, ela não faz só o trabalho de segurança, ela tem também um trabalho profilático. E eu penso que o momento é oportuno para falar no trabalho que a Brigada Militar desenvolve, por exemplo, de combate às drogas, visitando as escolas. Tem também aquele trabalho magnífico do PROSEPA, que atende, aqui ao lado da Câmara, a quase duas centenas de crianças, e o Projeto é estendido para todo o Estado, fazendo com que crianças carentes consigam ter uma formação profissional. E eu sou testemunha de que aquelas crianças, quando completam dezoito anos e entram no mercado profissional, retornam para o Projeto e também ajudam, mostrando que são gratas pela formação que tiveram.

Tem ainda o Batalhão Ambiental, o Bombeiro, o Batalhão Rodoviário. Então, a Brigada Militar é muito mais. E eu volto a dizer: o povo de Porto Alegre, o povo do Rio Grande do Sul confia na Brigada. E eu vou aproveitar aqui para fazer uma saudação a três pessoas, através das quais eu saúdo a todos. Quero saudar o meu amigo, colega de Educação Física, Coronel Tarso Marcadella, hoje representando o Comando de Policiamento da Capital; o Coronel Elvio, meu colega de Educação Física, e o 1º Sargento, Mariane Garcia, hoje na Corregedoria. Saudando estes três, eu procuro saudar toda a Brigada, porque o trabalho que os senhores e as senhoras fazem, realmente dignifica. Podem, muitas vezes, contradizer, podem, muitas vezes questionar, mas, nós não temos dúvidas. O trabalho da Brigada é eficaz, e a população de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, confia. Muito obrigado pelo trabalho que vocês desenvolvem e desenvolverão no nosso Estado. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra e falará pelo PSL.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje é um dia de festa para esta Casa. No dia de ontem teve início a Semana da Brigada Militar, e, por iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal, esta Casa vem render sua homenagem à tão honrada Brigada Militar do Rio Grande do Sul.

Criada em 1837, por determinação da Lei nº 7. Foi criado o Corpo Policial da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, o que mais tarde seria a nossa Brigada Militar.

É interessante ressaltar que falar da Brigada Militar exige atenção especial às suas peculiaridades no relacionamento com a sociedade. O exército ou as forças armadas como um todo possuem um caráter mais distante de nosso cotidiano, de nossas vidas particulares. Já a Brigada não, está, sim, sempre presente, nos assegura a nítida certeza de que alguém está nos observando, a nós e aos nossos familiares.

Apesar da semana ser festiva, sabemos todos que a Brigada, ao longo dos anos, vem sofrendo fortes ataques às suas estruturas fundamentais, verdadeiros alicerces, não somente da corporação, mas também de nossa sociedade. E quando falo nisso, não falo apenas dos defasados salários dos brigadianos, que sobrevivem com honorários muito aquém dos necessários àqueles que arriscam suas vidas para manterem a ordem social. Falo da perda da respeitabilidade da instituição, que, em meio a tantas ideologias partidárias, vem assistindo à diminuição de sua autoridade frente aos cidadãos do Estado.

Não nos esqueçamos que a hierarquia militar é a maior de todos os pilares dessa Instituição, característica que garante aos cidadãos o correto cumprimento de suas finalidades. O poeta Camões, por volta do ano de 1530, já dizia que “a disciplina militar prestante não se prende na fantasia, mas, sim, vendo, tratando e pelejando”. A mesma hierarquia, que ora nos beneficia, também nos penaliza, pois devemos entender que a cúpula da Brigada cumpre ordens, também hierarquicamente ditadas por ideologias partidárias que, de mandato em mandato, vão deixando suas marcas na Instituição.

O problema da insegurança não é dos brigadianos, como muitos pensam, mas é, sim, resultante de um descaso público e da falta de uma política de segurança definida, específica e coerente, com vistas ao combate ativo da criminalidade.

Em nome da Bancada do Partido Social Liberal, desejo a todos os senhores brigadianos, policiais e oficiais, vida longa a essa instituição. Que Deus abençoe a todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra, e falará pelas Bancadas do PT e PC do B.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Ex.mo Sr. Presidente desta Câmara Municipal, Ver. Fernando Záchia; Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa, demais presentes e o Sr. Representante do Comando do Policiamento da Capital, Cel. Tarso Marcadella.) Nós homenageamos, hoje, os cento e sessenta e quatro anos da Brigada Militar. A instituição que nós homenageamos hoje, por proposição do Ver. Pedro Américo Leal, é uma instituição que tem a sua ação extremamente vinculada à história do nosso Estado, o Rio Grande do Sul, extremamente vinculada a um Estado que se constitui como um Estado de fronteira e a um Estado que se distingue, em nível nacional, como um Estado republicano, um Estado que lutou pela República, que lutou, portanto, pela constituição de um Estado mais democrático do que o da época; uma instituição que teve, ao longo da sua história, uma participação importante na construção deste Estado. Mas as instituições são históricas e elas se transformam através da história. E a questão que colocamos é saber se elas estão à altura das transformações que cada tempo requer. E eu acho que hoje, quando nós homenageamos os cento e sessenta e quatro anos da Brigada Militar, podemos dizer, sim, a Brigada Militar está de parabéns. A Brigada Militar não só tem uma história gloriosa, cravada na história da construção do nosso Estado para demonstrar isso, mas a Brigada Militar, de uma forma corajosa, enfrenta os problemas e os desafios do seu tempo. E como uma instituição histórica, ela também se transforma para poder encarar os desafios do seu tempo e dar as soluções que a sociedade espera que ela dê, cumprindo, assim, com aquela trajetória histórica toda de contribuição da construção do Estado do Rio Grande do Sul, enfim, da nossa sociedade.

Eu acho que não só as instituições são históricas. Foi citado aqui que os governos também são e os governos passam. Mas, o Estado Brasileiro não tem sido assim tão transitório. Ele tem características básicas que são da sua formação e que até hoje se preservam; é um Estado que tem defendido alguns interesses ao longo dessa história de quinhentos anos. E nós sabemos que as instituições criadas com esse caráter, vinculadas a esse Estado, também sofrem conseqüências desse papel fundamental que o Estado atribui a elas.

E eu acho, pensando no caso da Brigada Militar, que, talvez, até a Brigada Militar tenha limitações constitucionais para se adequar mais às exigências do seu tempo. E eu a primeira vez que ouvi e pensei nisso não foi aqui na Câmara de Vereadores ou em qualquer outro lugar, mas dentro da Academia da Brigada Militar, no ano de 1998, quando eu tive a oportunidade de participar de um processo de formação, de graduação de alguns coronéis da Brigada. Tive a oportunidade de ver uma profunda reflexão sobre a trajetória histórica da Brigada Militar e o papel que esta instituição importante cumpriu a cada momento. E, pensar isso, nós queremos, sim, segurança. Agora, segurança não é uma coisa abstrata, a segurança não é uma abstração. A segurança tem um conteúdo concreto a cada momento. A segurança do rei, na Idade Média, tinha um significado. A segurança de hoje, de um Estado que se quer democrático, de uma sociedade que se quer mais justa, mais humana, mais garantida, garantindo o direito dos seus cidadãos, essa segurança tem um outro conteúdo. Nós achamos - e penso que a Brigada Militar, talvez, seja uma das instituições que mais sente isso no trabalho que realiza – que é necessário de que tenhamos uma sociedade mais humana, uma sociedade mais justa; e isso não é problema da área da competência da Brigada Militar, é um problema das opções que temos tido de governo; isso é um problema das determinações dos Estados que temos tido no Brasil. Portanto, nós temos, sim, que pensar que a segurança está muito relacionada ao Estado; agora, nós queremos transformar o Estado, queremos um Estado sob controle público. Nós, aqui, não falamos em súditos, queremos cidadãos e cidadãos que controlem o Estado.

Então, a segurança que queremos é a segurança da garantia de direitos, é a segurança do cidadão. Eu penso que nesses cento e sessenta e quatro anos da Brigada Militar, podemos dizer: sim a Brigada Militar está à altura da sua história; a Brigada Militar está honrando com a sua história, na medida em que está encarando de frente os desafios do seu tempo, que não são fáceis, que não são poucos, que não são de sua responsabilidade, mas está sim fazendo afirmação de que tem uma grande contribuição a dar para a democratização da nossa sociedade, da nossa Cidade, do nosso Estado, e para garantia de direitos.

Sim, nós queremos outra lógica de funcionamento da sociedade, e sabemos que essa Instituição será uma instituição de futuro, porque ela está tendo a coragem, a capacidade de, a partir do seu próprio acúmulo - e isso é importante que se diga -, a partir do acúmulo que ela própria tem a partir do seu trabalho, da sua intervenção, da sua luta, porque quem está principalmente formulando as alterações e as transformações na Brigada Militar é a própria Brigada Militar. Portanto, meus senhores, parabéns, é uma instituição do seu tempo, é uma instituição do futuro, e, certamente, tem muito a contribuir com o nosso Estado e com a nossa Cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Solicito que o 1º Vice-Presidente da Casa, Ver. Carlos Alberto Garcia, assuma os trabalhos, para que este Presidente possa, aqui mesmo na Casa, fazer a abertura da Semana da Consciência Negra, que se realiza também às 18h.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra, pela Bancada do PL.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Com muito prazer, em nome do Partido Liberal, faço uso desta tribuna para falar sobre a Brigada Militar, um patrimônio do Rio Grande do Sul. Nesta oportunidade quero parabenizar esses homens e essas mulheres que colocam suas vidas em risco para a segurança da nossa sociedade. Quero parabenizar a Brigada Militar pelos seus cento e sessenta e quatro anos, testemunho vivo da história do Rio Grande, que ninguém, jamais, poderá apagar, macular; são quase dois séculos dedicados à comunidade rio-grandense.

É um momento de parabenizar, mas também um momento de refletir. Temos que lutar para melhorar, para aparelhar ainda mais a nossa Brigada, pois dela depende a nossa segurança.

Quero mais uma vez dizer, senhoras e senhores, que esses cidadãos têm feito um trabalho digno desta homenagem. Embora muitas vezes tentem ofuscá-la, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul tem mostrado um trabalho invejável para todos os Estados, um trabalho que tenho a certeza de que se todos nós, juntos, pudermos dar ainda mais condição para essa Brigada, com certeza, o trabalho ainda será melhor.

Recentemente, tive a oportunidade e o prazer de participar da belíssima cerimônia de entrega de certificados da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, quando fui padrinho do Cap. Haroldo Medina, um dos diplomados. Foi uma honra muito grande ver que festa, que organização naquela diplomação!

Muito obrigado, querida Brigada Militar, pela sua existência. Siga em frente! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Este é um momento em que o Vereador assume esta tribuna e sente-se orgulhoso de falar em uma homenagem à nossa Brigada Militar. V. Ex.ª colocou aqui, com muito brilhantismo: “Não toque na Brigada! Deixe a Brigada! Não toque na Brigada! É uma instituição histórica. A história da vida das pessoas é passageira, agora, a história do que essas pessoas fazem fica marcada para sempre. Não temos dúvidas de que a Brigada Militar, ao longo desses 164 anos, tem uma história.

Em todas as profissões as pessoas se especializam para defender o seu trabalho, a sua sobrevivência; se especializam numa profissão, mas, se há um profissional que muitas vezes fica no anonimato é o nosso brigadiano. Por que eu digo isso? Porque o brigadiano não só tem o preparo de dar a segurança para o nosso povo, mas ele faz muito mais. Vou citar aqui alguns exemplos: a Operação Golfinho. Enquanto as pessoas estão no seu lazer, está lá a Brigada com seus homens dando segurança para essas pessoas; quantas vidas são salvas! Partos dentro das viaturas: quantos já foram feitos! Incêndios, não só em residências, mas em matas nativas. Enfim, em vários locais, está ali a Brigada apagando os incêndios, fazendo o seu trabalho. A Operação Papai Noel, o trabalho que a Brigada faz pela segurança da nossa gente. Também a tropa que é preparada para a defesa do nosso meio ambiente, e tantas outras coisas.

Por isso, a Cidade, hoje, tem de agradecer a vocês pelo que vocês representam para a nossa Cidade, para a nossa segurança; vocês preparam esses homens que, como eu já disse, muitas vezes ficam no anonimato. E nós, que temos um convívio junto a nossa comunidade, que faz parte da CONSEPA da Vila Nova, sei do trabalho que é feito com as comunidades. Como foi dito aqui, muitas vezes com muito sacrifício, a Brigada Militar está preparada, com aquela fibra, aquele sangue que os comandantes conseguem colocar nos seus comandados, e estão sempre prontos para defender e dar segurança ao nosso povo.

Muitos dizem, Sr. Presidente, que o quero-quero é o sentinela dos campos, a qualquer movimento ele dá um alerta. Ele está sempre pronto para alertar que talvez algo de risco vá acontecer onde ele se encontra, cuidando daquela área, daquele campo. E a Brigada também é a sentinela, é só dar um grito e está ali o brigadiano pronto para atender o pedido, para estar junto com a sua comunidade, dando segurança.

Por tudo isso, nós queremos, aqui, com muito orgulho, parabenizar a nossa querida Brigada Militar e pedir ao nosso Protetor lá de cima que acompanhe passo a passo o dia de vocês, porque é só quem sabe o trabalho que vocês fazem e o risco que vocês enfrentam no dia-a-dia. Portanto, esta proteção divina vocês têm de ter, também. O nosso abraço, o nosso carinho a todos vocês. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Chefe do Estado Maior da Brigada Militar, Coronel Luiz Antônio Brener Guimarães, está com a palavra.

 

O SR. LUIZ ANTÔNIO BRENER GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu represento aqui o Coronel Gerson Nunes Pereira, que por uma questão alheia a sua vontade e de última hora esteve impedido de aqui comparecer. Não obstante a isso, eu faço parte do Comando da Brigada Militar, como Chefe do Estado Maior, e sou um dos Administradores, neste momento, da Brigada Militar. Quero deixar aqui, em nome da Brigada Militar, primeiramente, o nosso agradecimento a esta Casa, pela homenagem que nos faz, estamos extremamente sensibilizados, todos nós brigadianos, os vinte e cinco mil brigadianos que vinte e quatro horas por dia, todos os dias, estão em todos os Municípios do Estado do Rio Grande do Sul e temos a convicção que somos a única Instituição que mantém essa performance aqui no Estado. Quero deixar o meu agradecimento a esta Casa. Nós estamos sensibilizados. Eu falo em meu nome, nos meus trinta e um anos de Brigada, e falo em nome de todos os Brigadianos, em especial ao Ver. Pedro Américo Leal, que foi o proponente desta Sessão.

Eu gostaria de fazer algumas colocações. Esta Casa, é uma Casa do debate, é uma Casa do conflito das idéias, e mesmo na hora de uma homenagem ela não poderia deixar de representar aquilo que ela tem de mais caro, que é o espaço democrático do debate, da posição de idéias, do confronto entre pessoas que pensam diferentemente. Eu quero aqui afirmar a todos, à comunidade do Rio Grande do Sul, como a sociedade de Porto Alegre, que a Brigada Militar continua sendo a Brigada Militar dos seus cento e sessenta e quatro anos. Há uma discussão pública que não representa o que nós somos e não representa o que nós fazemos. Nós somos uma instituição que privilegia a hierarquia. Nós somos uma instituição que privilegia a disciplina. E nós somos uma instituição que privilegia o respeito às pessoas. Não há indisciplina dentro da Corporação que não seja aquele percentual que houve em qualquer tempo da nossa história e que é natural em qualquer conjunto que tenha seres humanos. Nós não reconhecemos qualquer afirmativa de que haja uma administração amadora na Corporação. Pelo contrário, uma administração que há cento e sessenta e quatro anos mantêm a instituição vinte e quatro horas por dia, todos os dias, atendendo, em média, duas mil e quinhentas solicitações de intervenções policiais, com parcos recursos que o processo histórico nos colocou nas mãos, tem que ser administrada por profissionais. Nós não reconhecemos esse processo da administração amadora.

Gostaríamos, também, de colocar que é o momento - o aniversário - de reflexão. A Brigada ao longo dos anos sempre foi uma instituição do ponto de vista interno muito crítica. Sempre refletiu muito a sua realidade. Os brigadianos sempre tiveram no coração, no seu desejo, a perspectiva de serem cidadãos que tivessem trabalhando para a sua sociedade. E nesta proposta, nós, brigadianos, sempre buscamos melhorar, sempre procuramos evoluir, buscando sempre ser uma instituição cada vez melhor na prestação de serviços a nossa sociedade.

Quero dizer que, ao longo da nossa história, muitas vezes nós mudamos. Se eu retornar, por exemplo, à década de sessenta, e ler a história, vou encontrar um debate muito profundo, internamente, entre uma ala mais antiga e conservadora e uma ala progressista. A ala conservadora entendia que a Brigada Militar não deveria assumir o policiamento ostensivo. A ala progressista, mais jovem, com uma visão de futuro, entendia que a Brigada Militar, como instituição no Rio Grande do Sul, tinha como papel social, a partir daquele momento social e político, o policiamento ostensivo e assim, ao longo dos tempos, vimos evoluindo.

Nós, como brigadianos, podemo-nos orgulhar de termos, a cada tempo e a cada momento social e político, respondido à performance que a sociedade nos exigiu. Por isso chegamos aqui e por isso iremos muito mais tempo.

Então, dentro desse contexto, eu gostaria, neste momento, de mais uma vez reafirmar que estamos muito agradecidos e muito sensibilizados com a homenagem e também gostaria, por uma questão de justiça à minha Brigada Militar, aos brigadianos que servem nela e que já serviram, de dizer que a Brigada Militar é uma instituição que está aí presente, que vem de um processo evolutivo, é uma instituição que tem sido modelo para o Brasil, como foi, em 1967, a primeira polícia a pegar exclusividade do policiamento, quando todas as outras as polícias em todos os outros Estados estavam com medo de fazer. Nós também, neste momento, temos sido pioneiros em mudanças fundamentais e necessárias à execução do policiamento ostensivo.

Quero dizer aos Senhores que o processo histórico, do século passado, sempre nos colocou numa posição de uma atividade de fácil execução, simples de ser executada e que podia ser executada com mão-de-obra de segunda categoria e amadora. Por isso que, historicamente, todos os Governos nos deixaram alijados das políticas públicas e nós entramos na década de 90, as polícias brasileiras entraram na década de 90 extremamente carentes de recursos para se modernizar e para se aparelhar e para se aprimorar. É um déficit muito grande e que nós vamos levar muitos anos para retomar o que a história nos legou.

Tenho trinta e um anos de Brigada Militar, sou especialista em polícia, sou um profissional, tenho consciência e sei o que eu estou fazendo, juntamente com os demais integrantes da Brigada Militar. Nós não estamos brincando e nós não estamos fazendo coisas que não temos condições de ver, enxergar e de realizar. A Brigada Militar, assim como o seu comando geral, os demais departamentos, os comandos regionais, que aqui me acompanham, e os praças que aqui estão, vem caminhando no sentido de dar uma resposta à performance que a sociedade gaúcha exige. A Brigada Militar, nos seus cento e sessenta e quatro anos, sempre foi legalista e continua sendo legalista. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Neste momento, convidamos todos os presentes para ouvir a execução do Hino Rio-Grandense, pela Banda da Brigada Militar, regida pelo Maestro Major Lima.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Prezado Cel. Luiz Antônio Brener Guimarães, gostaríamos que, em nome dos trinta e três Vereadores desta Casa, V. S.ª levasse ao Cel. Gerson Pereira e aos vinte e cinco mil brigadianos, o nosso afeto, o nosso carinho e, principalmente, o nosso reconhecimento pelo trabalho que a Brigada tem efetuado ao longo desses cento e sessenta e quatro anos. Queremos, também, agradecer a presença dos senhores, e damos por encerrada esta Sessão Solene. Muito obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h38min.)

 

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